Microsoft lança sua própria versão do Linux para soluções de IoT
Em um pequeno evento em São Francisco a Microsoft anunciou dia 16/04/2018 que irá lançar sua própria versão do Linux o que causou grande movimentação na comunidade e discussões em fóruns na internet. Mas espere, não será um Linux para rodar em desktops e servidores e, portanto, não será um concorrente direto do Windows. O Linux da Microsoft, chamado de Azure Sphere OS, será embarcado em microcontroladores (MCUs) usados por algumas soluções de IoT (Internet das Coisas) da empresa com objetivo de torná-lo mais seguros e suportados. Apesar da empresa ter uma versão do Windows para dispositivos IoT ela argumenta que é muito grande para rodar nesses microcontroladores e por isso preferiu Linux.
Mas o que chama atenção aqui não é apenas o novo Linux da Microsoft, mas a consolidação da nova estratégica da empresa no uso de tecnologias Open Source. A Microsoft que no passado já foi uma das principais opositoras do Linux e outros softwares Open Source há tempos segue uma nova estratégia de aproximação da comunidade livre e que ganhou força com a chegada do Satya Nadella, atual diretor da companhia, que apoia ativamente essa aproximação. É ele que lançou o slogan: Microsoft love Linux.
A empresa é motivada pelo mercado atual impulsionado por soluções Open Source. Na América Latina, por exemplo, mais de 70% das empresas usam algum software Open Source e outras 8% estão em fase de adoção, de acordo com pesquisa realizada ano passado. E não poderia ser diferente: muitas das soluções atuais de referências no mercado são livres, desde linguagens de programação, sistema de monitoramento, virtualização de containers à navegadores e sistemas para smartphones. Tecnologias Open Source fazem parte da era da informação.
O Azure Sphere
O novo sistema Linux da Microsoft, o Azure Sphere OS, fazer parte da nova estratégia da empresa para alavancar seu produto Azure Sphere que fornece recursos e funcionalidades para fabricantes criarem soluções para IoT. Até então produtos IoT que usavam os softwares embarcados entregues pela Microsoft não podiam ser atualizados e ficavam expostos a problemas de segurança com o tempo. Os sistemas embarcados eram estáticos e uma vez instalados em dispositivos IoT não eram modificados. Como a nova plataforma Azure Sphere a empresa oferece para fabricantes parceiros microcontroladores com o sistema embarcado Linux da Microsoft com atualizações certificadas por período de até 10 anos para garantia de segurança.
São três componentes que irão fazer parte da solução. O primeiro são os microprocessadores certificados pela empresa para serem usados em diversas soluções IoT de fabricantes parceiros da Microsoft e que serão oferecidos gratuitamente. O segundo é o Linux em questão que será usado nesses microprocessadores e irá permitir as atualizações e telemetria, recursos ausentes até então. O último componente é a cloud Azure Sphere que irá disponibilizar e aplicar periodicamente as atualizações nos microcontroladores com correções de segurança por até 10 anos. Com o novo produto a empresa espera dominar o mercado IoT que vive seu melhor momento e tem potencial ainda maior para os próximos anos.
Por que a escolha do Linux?
Com o Azure Sphere, a Microsoft está lidando com uma classe totalmente nova de dispositivos IoT baseados em microcontroladores MCU. A empresa adotava antes uma versão do Windows adaptada para microprocessadores (MPUs) que não seriam mais compatíveis. Em vez de criar uma nova versão do Windows a empresa optou por usar Linux argumentando que com ele seria possível criar um sistema mais enxuto. Mas há outras vantagens em usar Linux. Como o sistema Linux da Microsoft será distribuído sob a licença livre OSS os fornecedores parceiros poderão incluir rapidamente inovações aos microcontroladores para atender suas expectativas.
Em uma definição simples, MPU (microprocessor unit) é um chip que realiza as funções de cálculo, tomada de decisão e incorpora as funções de uma UCP (unidade central de processamento). Já o um MCU (microcontroller unit) é um chip que, além da UCP (unidade central de processamento), contém memória, oscilador interno de clock, entradas e saídas para interação com o utilizador.
Primeiras ações
Para iniciar o processo, a MediaTek irá produzir os novos MCUs a serem entregues pela Microsoft. Serão baseados em um sistema ARM-A7 single-core de baixa potência que funcionam a 500MHz e incluem conectividade Wi-Fi e outras opções de E/S.
Esses MCUs com o Linux da Microsoft poderão se integrar não só a nuvem Azure Sphere da empresa mas também a qualquer outra como AWS e Google Cloud. Não por acaso, a AWS anunciou um projeto semelhante ano passado para gerenciamento pela nuvem de dispositivos IoT. Esses dispositivos, por serem embarcados e não conterem grande capacidade de processamento, muitas vezes dependem de serviço externos complementares, seja para aplicar atualizações ou gerenciar o software neles instalados e as gigantes do vale do silício disputam mercado de IoT que tem potencial para mudar nossas vidas.
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