Monitorando Endpoints e API’s em 5 minutos

A variedade de ferramentas para monitoramento é vasta, bem como suas aplicações e necessidades para implantação. Saber o que implantar, para quê implantar e onde implantar é muitas vezes um trabalho difícil por vários fatores, muitas horas para se dedicar à pesquisas ou limitações físicas para criar um ambiente para monitoramento.
Se eu te contar que em apenas 5 minutos você pode ter um monitoramento super avançado de endereços web, endpoint HTTP ou até mesmo chamadas de API internas com um simples “Docker”?
É quase inacreditável, não é isso? Mas é possível sim e já abordei ferramentas similares em posts passados que são ferramentas denominadas de Status Page.
Vamos recordar um pouco sobre o que são estas ferramentas
As ferramentas chamadas Status Pages nasceram de uma necessidade bem simples, mas essencial: “Deixar claro para todos quando um serviço está, ou não, funcionando”. Antes, quando acontecia algum problema ou manutenção, os usuários ficavam no escuro, recorrendo ao suporte para tentar entender o que estava acontecendo.
Hoje, esse cenário mudou bastante pois a necessidade de ter informações rápidas e times distribuídos trouxe alguns desafios quando falamos sobre comunicação.
A proposta é direta: criar um espaço onde qualquer pessoa possa acompanhar em tempo real, o estado de um sistema, se está tudo certo, se há problemas ou se está em manutenção, e ainda consultar o histórico de incidentes. Isso não só evita dúvidas e chamados desnecessários, como também passa mais confiança para quem usa o serviço.
Com o tempo, essas páginas deixaram de ser apenas um aviso e se tornaram verdadeiras centrais de monitoramento. Agora contam com métricas de disponibilidade (uptime), alertas automáticos e até personalização visual para combinar com a identidade da empresa. Ou seja, além de informar, elas ajudam as equipes técnicas a agirem mais rápido e permitem que os usuários saibam exatamente o que está acontecendo — de forma clara e sem mistério.
Sem mais delongas, vamos subir nosso monitoramento!
A ferramenta que fou fã de carteirinha quando falamos sobre Status Page é o StatPing. É sensacional, leve, robusta e o melhor é 100% Opensource. Ou seja, da comunidade para a comunidade!
Implantando!
Antes de mais nada precisamos conferir alguns requisitos para que esta solução possa ser instalada:
- Sistema Operacional atualizado;
- Docker instalado e funcionando;
- GIT;
- 5 minutos do seu tempo;
Se fez o checking em todas os pré-requisitos, vamos ao deploy!!
- Realizando o clone do repositório do Statping.
git clone https://github.com/statping-ng/statping-ng.git
cd statping-ng- Iniciando o monstro!!!
docker compose up -dApós o comando de UP do docker você conseguirá ver o download das imagens e os passos para execução da ferramenta.
Seu terminal terá uma resposta semelhante a imagem abaixo.

- Acessando
O acesso é exclusivamente via navegador Web, então escolha seu navegador de preferência e coloque o endereço do servidor/computador onde está o docker rodando, ou no meu caso é o localhost.
Usabilidade
A primeira página já traz informações padrão que o próprio StatPing implementa, endereços web demonstrativos para que sejam exemplos de configuração para você poder entender e realizar o seu próprio cadastro.

Depois de admirar a página, vamos realizar configurações…
Lááááááá no final da página têm a Opção “Dashboards”, veja a imagem:

Com a página de login vamos inserir o usuário e senha PADRÃO top plus advanced em segurança: admin:admin

Podemos notar logo ao realizarmos login que a página teve uma leve mudança, trouxe novos menus e também uma visão diferente dos serviços monitorados.

Cadastro de serviço
O Statping trabalha o conceito de itens de monitoramento como serviço. Para ele independe se o item é sobre HTTP, ICMP, gRCP ou outros, tudo se torna um serviço a ser monitorado.
Logo que acessamos o menu podemos observar todos os serviços que vêm por padrão na instalação da ferramenta, e são eles que podemos nos basear para realizar nossos próprios cadastros.

Para o cadastro de um serviço algumas informações são extremamentes necessárias pois são elas que definirão como o nosso sistema irá realizar o monitoramento.
Como falei um pouco acima aqui neste artigo, o StatPing pode trabalhar com vários protocolos de comunicação e este é o primeiro item importante ao definir o tipo de monitoramento.

Para nosso teste iremos monitorar o serviço da CloudFlare, você pode pensar que soluções como a Cloudflare são só para grandes plataformas, mas o cenário mudou muito. Hoje, pequenos negócios e e-commerces precisam proteger seu site tanto quanto gigantes globais.
Preencha os campos conforme indicado abaixo:
| Campo | O que preencher | Exemplo |
|---|---|---|
| Service Name | Nome do serviço que será monitorado | |
| Service Type | Tipo do monitoramento. Selecione HTTP | HTTP |
| Endpoint (URL) | URL do serviço a monitorar. Use um endpoint válido. | https://www.cloudflarestatus.com |
| Check Interval | Intervalo (em segundos) para realizar as checagens | 60 (um minuto) |
| Expected Status | Código HTTP esperado. Normalmente 200 para OK | 200 |
| Timeout (s) | Tempo máximo (em segundos) antes de considerar falha | 10 |
| Group | (Opcional) Grupo onde esse serviço ficará alocado | Mensageria/Mensagens |
| Enable Notifications | Ativar para receber alertas no Telegram, Email, etc. | Ativado (Sim) |
| Description | (Opcional) Detalhe sobre o serviço | Monitora acesso ao WhatsApp web. |
Após o preenchimento clique em Create Service e você será redirecionado para página de listagem dos serviços.

Aproveitando o mesmo exemplo da cloudflare podemos realizar o monitoramento da API de disponibilidade. Crie um novo serviço e preencha os campos conforme abaixo.
| Campo | O que preencher | Exemplo |
|---|---|---|
| Service Name | Nome do serviço | Cloudflare API Status |
| Service Type | Tipo de teste | HTTP |
| Endpoint (URL) | URL que será consultada | https://www.cloudflarestatus.com/api/v2/status.json |
| Check Interval | Intervalo entre as verificações (segundos) | 60 |
| Expected Status | Código HTTP esperado | 200 |
| Timeout (s) | Tempo máximo de espera na consulta | 10 |
| Group | (Opcional) Grupo de categorização | CDN / Infraestrutura |
| Enable Notifications | Se deseja receber alertas | Sim |
| Description | Descrição do serviço | Monitora via API JSON se o status geral da Cloudflare está operacional |
| Expected Response (Regex) | Expressão para validar conteúdo da resposta JSON | "status"\s*:\s*\{"indicator":"none"\} |

Como funciona o campo “Expected Response”
Aqui entra um detalhe importante: essa expressão regular (“status”\s*:\s*{“indicator”:”none”}) faz o Statping não apenas conferir se a API respondeu com o status 200 OK, mas também verificar dentro do retorno JSON se o campo status.indicator está com o valor none.
Traduzindo: isso garante que a Cloudflare está operando normalmente, sem nenhum incidente ou degradação em andamento.
Se em algum momento esse valor mudar para “minor”, “major” ou “critical”, o Statping vai considerar o teste como falho e você será alertado na hora e ficará sabendo de problemas assim que eles aparecem.
No momento da escrita deste artigo podemos notar no gráfico um barra em vermelho, esta barra sinaliza que a API da cloudflare não retornou o valor esperado de status. E ao verificar a resposta da consulta temos os valores:
{"page":
{
"id":"yh6f0r4529hb",
"name":"Cloudflare",
"url":"https://www.cloudflarestatus.com",
"time_zone":"Etc/UTC",
"updated_at":"2025-08-12T13:40:49.504Z"
},
"status":
{
"indicator":"minor",
"description":"Minor Service Outage"
}
}Note que a chave indicator está com o valor minor indicando um pequeno problema no serviço da cloudflare.
Conclusão
Viu só como em poucos minutos conseguimos colocar de pé um monitoramento poderoso, capaz de ir além do simples “está no ar ou não”?
Com o Statping conseguimos não só acompanhar a disponibilidade de serviços, mas também validar informações específicas, como no caso da API da Cloudflare, que nos mostrou exatamente quando algo não estava 100%.
Isso prova que, com as ferramentas certas e um pouco de configuração, qualquer pessoa — de um pequeno empreendedor digital a uma grande operação — pode ter visibilidade total sobre seus serviços e agir rápido diante de qualquer imprevisto.
No fim das contas, monitorar é mais do que prevenir problemas: é garantir que você tem controle, segurança e transparência para oferecer a melhor experiência possível para quem usa o seu serviço.
Me conte aqui, você conhecia essa ferramenta?
Até mais pessoal!!
About author
Você pode gostar também
Descubra o novo curso da 4Linux: Infraestrutura ágil com práticas DEVOPS
Aprenda a “versionar” a sua infraestrutura de TI como se ela fosse um software. A 4Linux está anunciando hoje o lançamento do seu mais novo curso: “ Infraestrutura ágil com
Curso de Terraform atualizado: aprenda Infraestrutura como Código e impulsione sua carreira
Olá, jovem Padawan interessado em Infra como Código, Cloud e DevOps! Nesse post trago uma boa notícia para você que quer dar um up no seu conhecimento em Terraform. A
Guia sobre como criar um cluster com o centralizador de logs Graylog 3.3
O Graylog [1] é uma ferramenta open source e serve para monitorar, centralizar e organizar mensagens de log em sua infraestrutura. É uma alternativa ao famoso ELK. O Graylog oferece







