IA para maiores – Automatizando tarefas repetitivas muito além da ChatGPT

IA para maiores – Automatizando tarefas repetitivas muito além da ChatGPT

Você já teve a sensação de que todo mundo está fazendo coisas interessantes com IA, mas elas são bastante repetitivas?


Todo dia aparece uma ferramenta nova, um agente novo, um copiloto novo… e a impressão é de que, se você ficar uma semana sem olhar o LinkedIn, volta desatualizado. Ao mesmo tempo, quando você senta para trabalhar, a realidade é bem menos glamourosa: mil tarefas, prazo estourando e uma pergunta na cabeça:

“Como é que eu uso IA de um jeito que realmente melhore a minha rotina, sem fritar o cérebro e sem eu ficar copiando e colando de lá para cá?”

É disso que a gente vai falar hoje em mais uma edição do IA para maiores: não de hype, mas de sobrevivência. Um mini-guia para quem trabalha com tecnologia e quer usar IA de forma adulta, sustentável e com resultado.


O verdadeiro vilão: o “Ctrl+C / Ctrl+V as a Service”

Vamos ser sinceros: muita automação com IA hoje se resume a isso:

  1. Você abre a ChatGPT.
  2. Cola um texto, uma planilha, um pedaço de código.
  3. Pede para a IA transformar, resumir, traduzir, ajustar.
  4. Copia o resultado de volta para outro lugar.

Funciona? Funciona.
Mas é frágil, manual, repetitivo e pouco reaproveitável.

Agora, imagina essa mesma lógica rodando em um notebook no Google Colab, com alguns blocos de código bem simples:

  • Você aponta para uma pasta no Google Drive.
  • O código lê todos os arquivos que precisa.
  • Faz as chamadas para a IA.
  • Salva o resultado direto em outra planilha, outro documento ou outro banco de dados.

Tudo automatizado, enquanto você prepara seu café da manhã.

Sem ficar copiando e colando 200 vezes.
Sem depender de “estar com a aba da ChatGPT aberta”.
Sem reinventar a roda toda vez.

É exatamente esse salto — do chat para o fluxo automatizado — que separa a “brincadeira com IA” do uso profissional.


Mini-guia de sobrevivência: automatizando além da ChatGPT

Abaixo, algumas regras práticas para você começar a sair do modo “copiar/colar” e entrar no modo “fluxo automatizado”.


1. Comece por uma tarefa chata (não por uma ferramenta legal)

Antes de pensar em Colab, API, modelo, nada disso, responda:

“Que tarefa repetitiva mais me consome tempo hoje?”

Pode ser, por exemplo:

  • Revisar proposta comercial tentando pegar possíveis erros de projeto;
  • Reunião com o time de vendas em que você tem que analisar tudo do seu CRM;
  • Descobrir algum padrão de problemas do mês passado para usar numa apresentação de líderes;
  • Consolidar indicadores financeiros no fim do mês a partir de várias planilhas diferentes;
  • Conciliação bancária para detectar possíveis erros;
  • etc.

Escolha uma tarefa só. O objetivo não é virar arquiteto de soluções de IA. É eliminar uma dor concreta.


2. Transforme a tarefa em fluxo de dados simples

Faz de conta que você está explicando para alguém não técnico:

  • “Os arquivos de entrada estão em…?”
  • “O que precisa ser feito em cada um deles?”
  • “Onde o resultado tem que aparecer?”

No Colab, isso vira algo assim:

  • Ler arquivos de uma pasta do Google Drive ou de uma planilha do Sheets.
  • Passar cada item (linha, texto, coluna) para a IA com um prompt bem definido.
  • Guardar o resultado em outro arquivo, outra aba ou outra coluna.

Você sai de “mandar coisas soltas para a ChatGPT” para ter um fluxo: entrada → transformação → saída.


3. Use a IA como motor, não como interface

Quando você só usa a IA via chat, ela vira a interface principal. No Colab, a IA vira um motor de processamento dentro de um fluxo maior.

Isso muda tudo:

  • Você pára de “conversar” e passa a descrever regras.
  • Em vez de pedir “arruma esse texto pra mim?”, você define:
    • “Para cada parágrafo, reescreva em linguagem X, mantendo Y, evitando Z.”
  • Em vez de “resume isso aqui?”, você registra:
    • “Com base nos seguintes possíveis erros (X, P, T O), analise a proposta e veja se encontra erros iguais ou semelhantes à este para evitar projetos mal estruturados”

O chat é ótimo para explorar.
Mas quando você encontra um jeito que funciona, vale a pena transformar isso em código.


4. Guarde seus prompts como parte do código

Outra vantagem de ir para o Colab: seus prompts viram parte da solução, não um histórico perdido.

Você pode ter algo como:

Isso é muito mais poderoso do que um prompt excelente que você usou uma vez no chat e depois nunca mais achou.


5. Comece com automação parcial, não total

Não precisa começar com um fluxo 100% automático.
Você pode montar uma solução em três etapas:

  1. O Colab lê os dados e gera um rascunho com IA.
  2. Você revisa o resultado.
  3. A partir daí, se estiver sólido, você vai removendo etapas manuais.

Nada de “deixa que a IA faz tudo sozinha”. A ideia é usar IA para fazer o trabalho pesado, enquanto você cuida da parte crítica, criativa e contextual.


6. Meça com a régua mais simples: tempo e irritação

A pergunta fundamental depois de criar seu Colab é:

“Ficou mais automatizado sem eu ter que ficar dando Copy and Paste?”

Se você:

  • passou de 2 horas de trabalho manual para 20 minutos com revisão,
  • ou parou de dar copy and paste,

então você está usando IA direito.

Se nada disso mudou, você só trocou “Ctrl+C / Ctrl+V no navegador” por “Ctrl+C / Ctrl+V dentro do Colab”. Aí vale revisitar seu fluxo.


“Ok, entendi a lógica. Mas como eu aprendo a fazer isso na prática?”

Aqui vai um Jabá:

Curso “Programação com Inteligência Artificial simples para qualquer profissional – Muito além do ChatGPT”, no Jedai: https://jedai.ai/loja/cursos/programacao-com-inteligencia-artificial-simples-para-qualquer-profissional-muito-alem-do-chatgpt/

Esse curso foi pensado justamente para quem:

  • já usa IA no dia a dia,
  • quer sair do uso superficial do chat,
  • e deseja aprender, com exemplos práticos, como usar IA via código, especialmente no Google Colab, para automatizar tarefas reais do trabalho.

A IA não está aqui só para responder perguntas bonitas no chat.  Ela pode ser o motor invisível que cuida das suas tarefas mais repetitivas, enquanto você se concentra em pensar, decidir, criar.Se você vive no ciclo eterno do copiar/colar, talvez seja hora de abrir um notebook no Colab, dar o primeiro print(“Olá, IA”)… e se tornar mais produtivo no seu dia a dia na empresa.

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Marcelo Marques
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Marcelo Marques é cofundador da Rankdone, Jedai e 4Linux, e atualmente atua como CEO da Rankdone. Concluiu o curso "Artificial Intelligence: Implications for Business Strategy" pela MIT Sloan School of Management, consolidando sua expertise em estratégias empresariais aplicadas à inteligência artificial. Empreendedor com experiência em tecnologia e inovação, atuou na criação da Startup Jedai, voltada para soluções avançadas de IA e educação. Atua também como AI Strategic Business Advisor na Intellinode.ai, em Delaware, EUA. Administrador pela FASP, especializado em Marketing pela Trevisan Escola de Negócios e pós-graduado em Gestão Empresarial pela FGV.

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