Por que sua infraestrutura deve migrar do VMware ESXi para o Proxmox VE

Por que sua infraestrutura deve migrar do VMware ESXi para o Proxmox VE

A virtualização é um dos pilares da infraestrutura moderna de TI. Há mais de uma década, o VMware ESXi dominou esse mercado ao oferecer uma plataforma confiável, robusta e cheia de recursos para a execução de máquinas virtuais. No entanto, o cenário mudou — e não foi de forma suave.

Após a aquisição da VMware pela Broadcom, as regras do jogo mudaram abruptamente. O que antes era previsível e financeiramente viável para milhares de empresas de pequeno e médio porte, passou a ser um campo minado de aumentos agressivos de preço, mudanças contratuais e dependência crescente. Esse novo contexto colocou muitos profissionais técnicos diante de uma pergunta inevitável: ainda faz sentido manter o VMware ESXi?

Um novo cenário de incertezas e custos elevados

A primeira grande mudança imposta pela Broadcom foi o fim das licenças perpétuas. Agora, a única forma de adquirir o VMware é por meio de assinaturas anuais, com prazos mínimos de três anos e pagamento em dólar. Essa exigência, por si só, já representa um aumento drástico nos custos para muitas organizações.

Além disso, o licenciamento passou a ser calculado por núcleo — e não mais por processador — com uma exigência mínima de 16 núcleos por CPU. Em alguns momentos, ventilou-se até a imposição de 72 núcleos por servidor. Mesmo com recuos pontuais, a mensagem é clara: a VMware está reposicionando seu foco para grandes clientes corporativos, deixando empresas de menor porte em uma posição vulnerável, pagando caro por funcionalidades que muitas vezes sequer utilizam integralmente.

Com o suporte local sendo despriorizado e uma dependência cada vez maior de pacotes integrados como o VMware Cloud Foundation, muitas equipes técnicas estão buscando alternativas viáveis, robustas e economicamente sustentáveis.

Alternativas no horizonte

Entre as principais opções de substituição, surgem nomes como Hyper-V, Nutanix AHV, Red Hat Virtualization, XCP-ng e Proxmox VE. Cada uma possui seus pontos fortes, mas é o Proxmox VE que tem se destacado como uma alternativa completa, de adoção crescente e com excelente custo-benefício, especialmente para quem valoriza autonomia, liberdade tecnológica e uma comunidade ativa.

  1. Microsoft Hyper-V

    • Boa integração com o ecossistema Windows
    • Licenciamento ainda complexo
    • Pouca atratividade para ambientes Linux-heavy
  2. Red Hat Virtualization (RHV) / OpenShift Virtualization

    • Robusto, mas voltado a grandes corporações
    • Alta curva de aprendizado
    • Integrado a outras soluções da Red Hat (necessita subscrição)

  3. Nutanix AHV

    • Excelente solução integrada com storage e virtualização
    • Alto custo e direcionado para grandes ambientes

  4. XCP-ng

    • Baseado no XenServer
    • Comunidade ativa, mas ainda com menor penetração
    • Menos recursos integrados em comparação com Proxmox

  5. Proxmox VE

    • Open source, leve, escalável e de rápida adoção
    • Suporte a VMs e containers
    • Painel web intuitivo, com ferramentas empresariais nativas

Proxmox VE: liberdade, controle e simplicidade

O Proxmox VE é um hipervisor open source baseado em Debian Linux, que oferece uma solução unificada de virtualização, permitindo administrar tanto máquinas virtuais (via KVM) quanto containers (via LXC) na mesma interface. E o mais impressionante é como ele faz isso de maneira simples e elegante.

A interface web do Proxmox é um de seus pontos altos. Intuitiva, responsiva e rica em funcionalidades, ela permite que tarefas como criação de VMs, snapshots, gerenciamento de rede e storage, replicação e até clustering sejam feitas com poucos cliques, sem a necessidade de ferramentas auxiliares complexas ou múltiplos consoles. Isso representa um ganho imenso para equipes enxutas, que precisam de eficiência sem abrir mão do controle técnico.

Outro diferencial está na versatilidade. Com o Proxmox, é possível operar ambientes híbridos que combinam máquinas virtuais com containers leves, o que se alinha perfeitamente à realidade das empresas modernas, que frequentemente misturam aplicações legadas e workloads baseados em microsserviços.

Além disso, o suporte nativo a sistemas de arquivos avançados como ZFS e Ceph torna o Proxmox ideal para quem busca alta disponibilidade e resiliência. Recursos como snapshots consistentes, replicações assíncronas, verificação de integridade dos dados e pools de armazenamento distribuído estão ao alcance de qualquer administrador, sem custos adicionais ou a necessidade de plugins proprietários.

Backup e alta disponibilidade sem surpresas

Outro ponto em que o Proxmox brilha é na gestão de backup. Com o Proxmox Backup Server, é possível realizar backups incrementais, deduplicados e criptografados com agendamento flexível e verificação automática de integridade. Tudo isso se integra perfeitamente à interface do Proxmox VE, facilitando a recuperação de desastres e a continuidade dos negócios.

A formação de clusters e a ativação de alta disponibilidade também fazem parte da solução. Basta alguns cliques e hosts distintos podem trabalhar de forma coordenada, garantindo failover automático e manutenção da operação em caso de falhas.

Tudo isso com código aberto, transparência no roadmap e uma comunidade vibrante — além da opção de contratar suporte profissional quando necessário, pagando apenas por host.

Migrar é mais simples do que parece

Apesar do receio comum sobre a complexidade de migração, o Proxmox VE oferece ferramentas e documentação para facilitar esse processo. Discos virtuais no formato VMDK podem ser convertidos facilmente para o formato QCOW2 ou RAW. VMs exportadas via OVF podem ser importadas com comandos simples como qm importovf. Há inclusive casos de sucesso em migrações em massa com downtime mínimo, usando pipelines automatizados.

Com planejamento, é possível migrar gradualmente seus workloads, iniciando com ambientes de desenvolvimento e teste, até atingir o ambiente de produção com confiança.

Conclusão: Proxmox VE é mais que uma alternativa — é um novo padrão

A nova política da VMware, sob o comando da Broadcom, deixou clara sua prioridade: grandes contratos, altas margens e controle comercial. Isso pode fazer sentido para gigantes do setor, mas para milhares de empresas, provedores, órgãos públicos e times de TI com orçamento limitado, a busca por alternativas se tornou urgente.

O Proxmox VE não apenas oferece um caminho viável — ele apresenta uma proposta superior em vários aspectos: liberdade de escolha, custo zero de licenciamento, gestão simplificada, suporte a tecnologias modernas e uma comunidade comprometida com inovação.

Migrar para o Proxmox não é apenas uma reação ao aumento de preços da VMware. É uma decisão estratégica para quem quer retomar o controle da própria infraestrutura, com eficiência, flexibilidade e segurança.

Anterior A IA revolucionando desenvolvimento e operações de Tecnologia: Descubra as tendências!
Próxima Load Balancer, Proxy e Proxy Reverso: Entendendo as Diferenças e Aplicações Técnicas

About author

Você pode gostar também

Infraestrutura TI

Entendendo Certificados TLS no Traefik: Guia Completo para Iniciantes

Introdução A segurança na web é um tema cada vez mais importante nos dias de hoje. Garantir que a comunicação entre o cliente e o servidor seja segura é fundamental

Infraestrutura TI

Guia Completo: Como Configurar o FreeIPA para Gerenciamento de Identidade

Este post é o Primeiro de uma série de posts sobre o FreeIPA O que é o FreeIPA ? O FreeIPA (Free Identity, Policy and Audit) é um sistema FOSS

Infraestrutura TI

Guia Prático: Instalação e Funcionamento do Kong API e Kong-Dashboard

Estive envolvido num projeto de migração, algumas aplicações internas para o modelo de micro serviço. No caso, cada parte do código se tornaria um projeto independente, dessa forma, agilizando os